Fiat Toro Volcano 2024 traz correções, mas ainda tem suas falhas!

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25 de maio - 2024 | Atualizado dia 16 de maio de 2024

Por: Emiliana Marini

Confira o teste que nós fizemos com o Fiat Toro Volcano 2024 e saiba se vale a pena investir nesse modelo. 

Faz oito anos que o primeiro produto da então nova e atual fase da Fiat chegou ao mundo: a picape Toro.

A aposta era muito arriscada por diversos motivos: além de ser o primeiro veículo dessa categoria no portfólio da marca, ele representava um novo posicionamento que a montadora almejava conseguir no Brasil e, além disso, a tentativa da quebra do paradigma de nunca conseguir emplacar modelos que não fossem de segmentos mais populares.  

Deu certo e o Toro se tornou um sucesso absoluto, porque não era grande como as picapes médias e nem pequeno como as compactas, se posicionando em um meio-termo que caiu como uma luva nas necessidades de inúmeros clientes. 

O tempo passou e, com ele, as novidades foram chegando de diversas formas.  

Há novas motorizações, retoques visuais, mais equipamentos e correções que buscaram melhorar o convívio diário com o utilitário italiano que, atualmente, está na linha 2024 em cinco versões disponíveis e seis configurações.  

Protagonizando mais um teste semanal, nossos amigos do Volta Rápida rodaram mais de 800 km com uma unidade do Toro na versão Volcano, antiga top de linha, para analisar o impacto das melhorias realizadas até agora e conferir onde a picape ainda pode melhorar para bater de frente com a concorrência modernizada. 

Foto mostrando a lateral esquerda de um Fiat Toro Volcano 2024 estacionado.

Vale ressaltar que, há pouco tempo, toda a gama do utilitário passou por reduções de preços para que a montadora pudesse encaixar o novo Titano no portfólio.

A Titano é uma picape inédita de porte médio e preço inicial de R$ 219.990, apenas 7 mil reais a mais do que as versões mais caras do Toro que são, atualmente, a Ranch e a Ultra, ambas com o mesmo valor de tabela, diferenciando-se apenas pelo trabalho estético.  

Conheça a Fiat Toro Volcano 2024 avaliada pelo Volta Rápida! 

Ela é equipada com o motor Turbo 270, sendo que também pode receber o 2.0 turbodiesel da família Pratola Serra. Atualmente, é a única variante da Toro que ainda é vendida com as duas opções de conjunto mecânico. 

Tabelada em R$ 171.990, a Fiat Toro Volcano 2024 já traz todos os equipamentos que uma Toro pode oferecer nos dias de hoje, dentre eles:  

  • Faróis Full LED; 
  • Luzes diurnas e faróis de neblina em LED; 
  • Ar-condicionado de duas zonas; 
  • Central multimídia com espelhamento sem fio para smartphones; 
  • Cluster de instrumentos 100% digital; 
  • Volante multifuncional com paddle-shifters; 
  • Ajustes de altura e profundidade; 
  • Banco do motorista com ajustes elétricos; 
  • Câmera de ré; 
  • Sensores dianteiros e traseiros de estacionamento; 
  • Capota marítima; 
  • Base para rack de teto; 
  • Bancos em couro; 
  • Carregador de smartphones por indução. 

Nosso exemplar testado ainda conta com a cor especial Cinza Sting, oferecida por R$ 2.490, e o pacote Tecnologia que acrescenta central multimídia com tela vertical de 10 polegadas, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e farol alto automático. 

Sobre o conjunto mecânico, é o conhecido 1.3 turbo flex. 

Com quatro cilindros em linha da família GSE/Firefly, ele é capaz de entregar até 185 cv e 27,5 kgfm, atrelado sempre ao câmbio automático de seis marchas e tração unicamente dianteira.

Foi justamente na reestilização da Toro, em 2021, que o novo bloco estreou no Brasil, hoje equipando outros modelos da Fiat e também da Jeep.  

A plataforma da picape é a conhecida Small Wide, compartilhada com os Jeep Renegade, Compass e Commander, além do Ram Rampage, todos já avaliados por nós. 

Logo de cara percebemos melhorias na “conversa” entre motor e transmissão no Toro 2024.  

No nosso primeiro contato com o conjunto, no final de 2021, notamos uma certa letargia nas respostas que deixava a picape preguiçosa, especialmente no ambiente urbano – chegava a lembrar o finado 1.8 E.torQ pela falta de força em baixas rotações.  

Ainda existe uma certa apatia abaixo dos 1.750 rpm onde acontece o chamado “limite de aumento” (do inglês boost threshold), que é a faixa em que o sistema turbocompressor ainda não está gerando pressão suficiente para entregar toda sua força. Passada essa faixa, o 1.3 turbo acorda e leva a picape com a esperteza esperada de um motor sobrealimentado moderno. 

A transmissão automática de seis velocidades também mostrou melhorias, reduzindo as ocasiões em que segura marchas desnecessariamente – ela ainda estica certas marchas de vez em quando, mas com menos frequência do que antes.  

Há certos momentos em que ela segura a segunda e/ou a quinta marcha até passar dos 3 mil giros, como se quisesse garantir que não falte força para o motor, o que acaba por aumentar o consumo geral.

Mesmo assim, rodando com gasolina e etanol misturados, conseguimos médias entre 14 e 15 km/l rodando em percurso misto, com ar-condicionado ligado o tempo todo. São números sensivelmente melhores do que os obtidos no primeiro teste do novo motor. 

Outro ponto que recebeu atenção da Fiat foi a central multimídia Uconnect.  

O sistema é simples e funciona de maneira impecável com as telas tradicionais, mas apresentava falhas diversas quando o opcional da grande tela vertical era escolhido; os bugs ainda aconteceram, mas estão bem menos frequentes.  

Foto da cabine do carro, mostrando o painel, o console central e os assentos dos bancos dianteiros.

Desses bugs, percebemos alguns momentos onde a tela travou e/ou não exibiu a imagem do recurso selecionado, mantendo apenas o som do rádio ou da música pelo bluetooth/CarPlay tocando.

Também acontecem conflitos quando se quer realizar conexão pelo bluetooth e, ao mesmo tempo, carregar o smartphone via cabo USB, algo que não notamos em sistemas de outras montadoras e que mostra que a Fiat ainda tem trabalho a fazer. 

Dos pontos que ainda precisam melhorar, o primeiro deles é a insistente falta do ajuste elétrico de altura dos faróis, item que deveria ser indispensável em um veículo de carga: com a caçamba cheia, a traseira tende a abaixar e, dessa forma, o feixe dos faróis se eleva, jogando a forte luz branca dos LEDs nos olhos dos outros motoristas e podendo causar sérios acidentes.  

O acabamento também continua espartano como sempre, usando e abusando de plástico rígido por toda parte – mesmo os típicos compradores de picapes já estão começando a exigir cabines mais caprichadas.

Foto mostrando os bancos dianteiros do carro que são em couro cinza.

Por fim, a falta de saídas traseiras de ar-condicionado e de piloto automático adaptativo, só para citar alguns itens, também é difícil de ser justificada, uma vez que ambos já podem ser encontrados em outros modelos bem mais baratos. 

No final das contas, a Fiat Toro Volcano 2024 se mostrou mais agradável no uso diário.  

Mais esperta e econômica, continua sendo uma picape com comportamento de SUV e valor competitivo, mas que poderia ser ainda melhor com correções pontuais, principalmente em virtude de seu preço. 

Foto mostrando a traseira de um Fiat Toro Volcano 2024 estacionado.

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